terça-feira, 20 de novembro de 2007

Conto VI

Mais umas linhas do meu contito...

" A morte de Laura"

"Ela entrou ofegante, com as faces coradas, via-se que tinha estado a correr.
O inspector fitou-a com os olhos negros e tristes e uma centelha de desafio brilhou nos poços fundos.
Sempre radiante, ela caminhou na sua direcção. Passo firme, ar confiante, movimentos ondulantes e com os cabelos loucos, revoltos, zangados com o mundo, brincando, como sempre, com o decote generoso, quase indecente.
Abriu-lhe um sorriso mostrando os dentes brancos e alinhados que o desarmou.
Verdade seja dita não conseguia deixar de pensar nela naquele maldito vestidinho preto e sapatinhos tipo Channel. Dia após dia a imagem dela apagava a imagem velha e gasta da sua poderosa Laura.
Cada vez que ela visitava a esquadra gravava mais umas imagens a ferros na memoria dele.
- Como está inspector?
- Como está minha senhora?
-Espero que tenha uma boa razão para me trazer aqui outra vez. De outra forma começo a achar que me telefona só para me ver. E por favor não me trate por senhora - Pediu com um ar aborrecido.
Disse isto olhando directamente na cara de J------ que não conseguiu esconder o constrangimento. Corou um pouco e limpando a garganta convidou-a a entrar no gabinete mais uma vez cedido pelo seu colega.
Não tinha gostado nada do comentário e não fazia tenções de deixar aquilo passar em branco, mas primeiro tinha de sair dali. Não havia um único policia naquela esquadra que não estivesse com os olhos posto nas curvas daquela magnifica ave de rapina.
Ela sentou-se devagar.
Ele sentou-se nervoso.(...)"

2 comentários:

Abobrinha disse...

Niiiiiiiiiiiiiiiiiice!

Krippmeister disse...

Isto começa a ficar cada vez mais "caliente"