quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Capuchinho Vermelho

(Mais uma vez se agradece ao artista BK pelo desenho :)

O belo capuz vermelho do capuchinho
Tremeluz sob a luz filtrada do caminho.
Distraída, encantada de encarnado,
A pequena vai pisando o chão molhado.

O lobo mau pela densa floresta disfarçado,
Ouve os passitos inocente na calçada,
E logo se encaminha furtivo e esfomeado,
Em direcção ao som daquela caminhada.

Bem disse a mãe ao seu belo capuchinho,
“Vai ver a avó, mas atenção escolhe o caminho.
O Lobo esconde-se nas matas esfaimado,
Por isso vai atenta e com cuidado!”

Pobre capuchinho vermelho assustado,
Não ouviu a sua mãe, não teve cuidado.
Com o lobo no encalço não sabe o que fazer,
Por isso larga a sua cesta e desata a correr.

Sorte tem que o feroz e mortífero caçador,
Que estava esperando sob o nevoeiro.
Ao ouvir os seus gritos loucos de pavor,
Disparou contra o lobo um tiro certeiro.

Soube o assustado capuchinho mais tarde,
Que o lobo a seguira desde o centro da cidade.
Menina tonta, distraída, que não tomou atenção,
Quase ia sendo comida pelo bicho papão!


(pronto cá está o poema completo)

28 comentários:

Blondewithaphd disse...

Raios parta o lobo! Esse aí dá até para pesadelos! Tadinho do Capuchinho... eheheh!

(Já agora, és tu que escreves os poemas? É que como eu sou tão alérgica a poesia que m'espanto sempre que vejo alguém escrever nesse registo)

Joaninha disse...

Loira,

Sou eu que escrevo sim, tudo o que está neste blog e que não está devidamente assinalado foi eu que escrevi.

Espero que o teu espanto seja porque gostas...

beijos

Krippmeister disse...

Não percebo nada de poesia, mas gosto da maneira maluca como misturas métricas diferentes.

Dá-lhe lobo!

Blondewithaphd disse...

Ufa, vim a correr! O espanto é que moi même je não vê um bovino de poesia e rojo-me aos pés de quem consegue escrever poemas. Como é que raio se rima? E como é que se consegue escrever com frases pequeninas? Ó deuses do Olimpo, não percebo, mas admiro!

Joaninha disse...

Loira,

Quando eu descobrir digo-te ;)

Salto-Alto disse...

Esse lobo mau é do caraças... taradão!

;p

Beijocas, fico à espera do resto!

Anónimo disse...

Mas vais colocar o resto das estrofes! Porque eu estou a gostar muito...
vá lá! please!

Beijitos

antonio ganhão disse...

Uma menina que acredita no lobo mau e não segue os conselhos da mãe! Bom demais para ser verdade... esperemos pois pelo resto do versejar.

Carol disse...

Quero o resto! ;)

Joaninha disse...

Bom genti,

Não era suposto postar o resto...mas se insistem eu trato disso, amanhã talvez :)

Beijos

Karin disse...

Sorry, mas estou do lado do lobo.
P*** que pariu para todos os capuchinhos vermelhos deste mundo.
Além de estragarem a reputação dos pobres animais ainda os levam à extinção, e sempre com aquele arzinho de inocente.
bjs

Pedro Amaral Couto disse...

Cuidado porque o lobo mau vai tentar roubar os bolos no cestinho. Por que é que o lobo tem de ser sempre o mau da fita?
Até o Pedro, com a ajuda dum passarinho, deu enfrentou um lobo que comeu um pato. Mas quando o gato tentou comer o passarinho, ele não passou a ser o gato mau.

Joaninha disse...

mmmm, Karin, pois mas aqui neste poema, como perceberia se o poema estivesse aqui na integra o Lobo é de outra natureza :)

beijos

Pedro,

tens toda a razão, porque será que a usam sempre o Lobo como personificação do mal?

beijos

Krippmeister disse...

O lobo e a cobra.

O que me faz pensar: se Deus condenou a cobra a andar rastejando sobre a barriga para toda a eternidade por ter opinado acerca das maçãs, como raio é que a cobra andava antes do castigo? A voar a girar a lingua tipo helicóptero? Aos saltinhos em forma de mola tipo o Saltitão do Carrossel Mágico?

Valha-me deus...

Karin disse...

A pergunta é porquê é que usam sempre animais para personificar o mal? O lobo não tem a exclusividade: gatos, cobras, corvos, etc, tudo serve menos a única criatura que é de facto má: o homem.Penso que seja uma herança da nossa educação cristâ. O animal nunca foi muito respeitado pelos cristãos e a bíblia classifica-o logo como ser "inferior" e susceptível a ser usado em sacrifícios. Ah, e para ser um verdadeiro sacrifício, a morte do animal não pode ser clemente: deve-se cortar uma veia e deixá-lo morrer lentamente. Aparentemente torturar um animal abre as portas do céu.
bjs

Pedro Amaral Couto disse...

Krippmeister,
segundo os mesopotâmeos, havia uma serpente com asas, patas e chifres chamada Ningishzida ("Senhora da Árvore Divina"). [ http://www.bibleorigins.net/Serpentningishzida.html ]

Joaninha,
provavelmente o lobo era sempre o mau porque caçava as ovelhas dos pastores. Eles foram perseguidos por causa disso. O lobo da Tasmânia foi extinto desse modo e pelas mesmas razões.

Salto-Alto disse...

Ele já estava fantástico.

E eu pensei "está tão bom que melhor ela não consegue fazer".

Pois, enganei-me. Redondamente.

Está magnífico, desejo-te os meus mais sinceros parabéns!

Beijocas!

Krippmeister disse...

Muito bom!

Krippmeister disse...

Mas olha, foi mal jogado por parte do lobo. Eu cá aproveitava que a criancinha tinha ido levar bolinhos á avó e ia mas é papar a mãe do capuchinho.

paula maria disse...

Belo poema ;D
Bom fds *

Menina Marota disse...

Pensar eu que já fiz o papel de capuchinho vermelho numa peça de teatro!
Adorei o poema!

Beijinho
e bom fim de semana ;))

Anónimo disse...

Pronto!... eu vi logo que a capuchinho se iria assustar com o lobo mau!
Esse realmente tinha cara de poucos amigos, mas às vezes disfarçam-se bem de cordeirinhos... e os confiantes capuchinhos só dão por eles quando é tarde demais!
Mas ainda bem que há quem proteja os capuchinhos, muito embora nem sempre os métodos utilizados sejam os melhores...

Anónimo disse...

Ah!... gostei, claro que gostei!

Anuska disse...

muito fixe, tanto o poema como a ilustração!!!
bjs

Carol disse...

Desculpa, amiga, mas ando cheia de problemas e, por isso, tenho negligenciado os blogues de que tanto gosto.

Obrigada por postares o resto do poema. Está um espectáculo! Parabéns!

alf disse...

Muito divertido! Uma peça cheia de humor, pseudo infantil, muito bem literariamente.

Mas sabes que esta história está um bocado ultrapassada... o «lobo mau» já não assusta as «capuchinhos vermelhos» (pelo contrário, há quem diga que é muito apreciado pois não só tem olhos para as olhar e orelhas para as ouvir, como ainda... )... não, o perigo estás nos Aranhas, naqueles seres que controem teias douradas que atraem irresistívelmente as tontas «capuchinhos vermelhos»...

Anónimo disse...

Gostei muito do teu poema... até o vou usar num trabalho de área projecto e tudo mas podias me dizer o teu primeiro e ultimo nome para eu dizer de quem é o autor???

Joaninha disse...

Carissimo Anónimo,

Terei enorme prazer em que use o poema no seu trabalho.

O meu Primeiro e ultimo nome: Joana Cabral.

Se quizer usa a ilustração mencione tambem o primeiro e ultimo nome do senhor que fez a ilustração do poema: Bruno Krippahl.



Use o poema à vontade e depois diga-me como correu.

Ps: Já agora e o seu primeiro e ultimo nome?

Um grande abraço.