quarta-feira, 30 de julho de 2008

Estou quase...


...A acordar pela manhã com esta vista :)

São só mais 3 dias, uf uf...espero resistir.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Apresento...


A minha toca, o meu ninho. Onde vou quando me sinto a desabar.
É aqui que tenho enterradas as minhas raizes, bem fundo, na terra fertil da serra grande, do mar de ar limpo, das arvores cor de bronze no Outono e verde fresco no verão.
Basta-me chegar, é como beber um copo de água quando se tem muita sede...

terça-feira, 22 de julho de 2008

Raizes

Mediste?
Que ódio.
Voltaram.
Mas desta vez
Não ficam,
Não deixo...
Será?
Fico sem toca,
Sem ninho.
Sem o meu próprio cheiro.
Vou ficar sem chão?
Cortam-me as raízes
Eu sangro...
Não lhes dizes?

quinta-feira, 17 de julho de 2008

terça-feira, 15 de julho de 2008

segunda-feira, 14 de julho de 2008

David Fonseca - Hold Still

Se eu vos contar porque postei esta musica, vocês tinham todos um ataque de riso, chamavam-me lamechas, tonta, parva, exagerada, mas como disse há pouco tempo à tia Annie, às vezes ainda tenho muitas saudades, muitas mesmo.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Um país de pseudos


Este país esta cheio de pseudo - intelectuais, pseudo - políticos, pseudo - artistas, pseudo - milionários, pseudo - salvadores da pátria. Já me irrita, tanta "pseudisse" no poder enquanto os verdadeiro os sem pseudo no nome se esfalfam para viver.

Gostava de os pisar a todos, esses pseudos, com os meus sapatinhos brancos poderosos.


nota: A vantagem de calçar 30 e muito, bastava-me só um pé para esmagar todas essas pseudo-cabeças☺

domingo, 6 de julho de 2008

O marte


Já existem fotos do marte aqui no Joaninha, eu já falei dele, mas para quem não leu. O Marte foi um gatinho que encontramos na quinta, estava sózinho, era muito pequenino e tinha uma grande ferida no olho. Tratamos dele. A rosinha ficou com ele e agora o Marte é um gato feliz e mimado:) que também adora uma árvore de natal.


sexta-feira, 4 de julho de 2008

O escritor.

Os primeiros ensaios estão por aí algures. É ainda a primeira tentativa para a estrutura final, que será mais ou menos nestes termos.
É um bocadinho grande, quem não tiver pachorra para ler não se preocupe que eu tb não ;)

O escritor

Ela estava sozinha, estava tudo na mesma. A mesa de café era a mesma, em frente ao mesmo sofá de pele coçado pelo o uso, em cima da mesa, objectos tão familiares, a taça de prata com flores secas a cheirar a jasmim, o cinzeiro de vidro martelado e um enorme livro de capa em coro. A luz filtrada pelas mesmas cortinas laranja, tingia-lhe o cabelo loiro de ruivo fogo. A sala continuava com o mesmo tom creme que ele escolhera, o mesmo tapete em vários tons de laranja, o mesmo aparador encostado á parede em frente do sofá, onde repousava com ares solenes uma velha e possante televisão a preto e branco.
Abriu a carta devagar, com um fechar de olhos e um profundo suspiro preparou a mente para ler aquelas ultimas palavras.
Os livros espalhados pelo chão, parecendo desarrumados, mas arrumados em ordem literária eram os de sempre, sempre os mesmo, que ele lia e relia para manter a sua cabeça arrumada.
A secretaria vazia, enfrentando a janela da varanda tinha ainda fresco o cheiro da tinta sangrenta com a qual ele sangrara tantas folhas, repousando sobre um monte de papel branco, estava como sempre a perfeita lança de prata descansando.
Poisou a carta sobre a mesinha e fechou os olhos, recordando-o.

Sentado em frente da secretária de carvalho pesada, afaga a folha em branco, um folha sem nada. Com os dedos pesados pega na caneta prateada, rola-a nos dedos, sente-lhe as marcas. Ouve ao longe o cantar do seu fado, o ronronar do seu passado, empurrado para os seus ouvidos em brisas suaves ou furibundas, batendo como as ondas do mar nas membranas finas dos seus tímpanos, fazendo-as vibrar. Fecha os olhos, reclina-se na cadeira, deixa as imagens correr, imagens perfeitas. Constrói devagar, coisas vistas, coisas inexistentes, coisas já feitas.
Lá fora o mar ruge, o vento uiva, a terra verde corre, o céu azul desmaia o universo para em solene reverencia.
Sem os sentidos não era ninguém, ninguém lhe apaga os sentidos. Os momentos vistos, ouvidos, divinamente saboreados quer os doce quer os amargos.
A caneta toca a folha, os seus olhos abrem num rompante, as palavras enrolam-se nos pulsos, a sua boca forma um sorriso, o seu braço contrai em impulsos fazendo dançar a fina lança de prata, ele serra os dentes e mete a faca. Mais fundo, cada vez mais fundo. A folha sangra em tons de azul.

Que as suas ultimas palavras fossem para ela? porquê?
O silêncio era palpável dentro da casa, que se mantinha a mesma, o seu cheiro a passado encrostado nos forros do sofá, nas paredes, no pó assente nos moveis, nos livros, nos quadro velhos pendurados nas paredes.
Pegou de novo na carta, com um movimento solene.
Que lhe quereria ele contar que não lhe podia ter contado em vida?
Falaram tanto, sobre tanta coisa, que lhe teria ele escondido durante todo este tempo.
Às vezes ele dizia-lhe que ela era demasiado nova. Ela não entendia. Demasiado nova para quê?
Para me ver - disse uma vez enigmaticamente.
Olhou de volta a secretaria de carvalho pesada. Sentou-se na sua frente fechando os olhos como ele fazia antes de se atirar às folhas como um animal esfomeado.
Lembrou-se dos serões em que ela, sentada no sofá lia Cervantes, enquanto ele esquartejava furioso, pedindo-lhe malgas de café e copos de água, fumando descontrolado. Eram os “espasmos do cérebro” dizia.
Quase lhe sentia o cheiro do after shave...
Nunca disse que o amava, nunca teve essa coragem, por tantas razões, todas elas um bocado parvas. Porque ele era mais velho, mais inteligente. Porque se sentia tola perante a profundidade e a selvajaria dos sentimentos, da sabedoria, do conhecimento profundo que ele tinha sobre o amor humano.
Por isso reduzia-se à sua insignificância de pupila apaixonada em segredo.
Pegou no envelope. Estava na altura de ler aquilo.
Tirou com honras de estado o papel.
Estava impecavelmente dobrado em três.
Começou a ler:

Meu coração,

Estou cansado da vida, estou já no fim do meu livro, por isso, como escritor escrevo, sobre a mesa do meu leito, as minhas ultimas palavras, as que nunca pensei escrever.
Há muito tempo que ando para te dizer, mas não pôde ser. Há tempo que se me engasgam as palavras, que me sufocam os sons, mortos ainda no pensamento. Há muito tempo que te queria ter dito, mas sou covarde, sou um pobre de espírito a quem Deus não dará o reino dos céus.
Há muito tempo que esperava a oportunidade para te falar, mas passavas por mim com um sorriso que me calava.
Calava-me o teu sorriso com o peso da sua juventude, com a força da sua tenra idade.
Agora que fiquei sem tempo, agora neste ultimo segundo antes do fecho eterno dos meus olhos, não te vás, não sorrias para que o teu sorriso não me mandes calar, deixa-me dizer-te. Senta-te na beira da minha cama branca e limpa para que te diga com a pouca voz que ainda tenho, no desespero deste ultimo momento.
- Amei-te durante todo este tempo.
Caem-me já as folhas das mãos, caem-me as pálpebras sobre os olhos, cai-me a escuridão na mente...Vou...
Fim

Para sempre teu meu amor,
O escritor

Cai-lhe a folha da mão, caem-lhe as pálpebras sobre os olhos, cai-lhe o vazio no coração

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Virgula.


Virgulei a minha frase ou talvez mesmo a minha vida. Neste momento ela necessitava de uma virgula.
Não propriamente uma paragem definida em ponto e menos ainda uma mudança marcada em ponto final, era mais uma paragem breve mas pausada em forma de virgula transformada, mudando-lhe o sentido mas sem mudar verdadeiramente nada.
Coloquei-lhe a pausa necessária, o pequeno requerido silêncio, quebra mas sem inicio obrigatório.
Virgulei-me meus caros, mas não parei.
Não mudei em nada o meu caminho, nem as ideias, nem o destino, continuo cá igual mas agora com virgula, para ver se dou sentido a uma frase que necessita.