Acordo. Acordando fico acordado. Falo, falando não consigo ficar calado.
Correm-me as palavras depressa de mais, é o meu fado. Nunca as apanho, não sou apanhado.
Perseguem-me os pensamentos, persigo-os com os sentimentos aumentados, diminuindo e falhando no achado. Adormeço, deixando-me dormir de cansado. Embrulhado quente no cobertor, não sigo em frente fico parado.
A estrada que era em frente de repente desviou para o lado, e o caminho que era o certo virou o errado.
Por isso dormindo, adormecido, sem pensar muito no caso, deixo que o tempo que vem tarde se desvie, tardiamente, vá para qualquer lado, que me é indiferente, não quero saber, não sou tido nem achado.
Fico aqui enrolado na minha mente, dementemente vazia, cheia de vazio de gente, mente que me mente descaradamente e pela qual sou levado.
Durmo, dormindo não estou acordado para saber que perdi o tempo para mim passado.
sexta-feira, 7 de dezembro de 2007
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8 comentários:
Meio ciclo? Isto são prái uns 10 ciclos de loucura. Está genial! :-)
Obrigada Krippmeister,
Vindo de um artista como tu isso é um elogio e tanto ;)
A estrada sempre desvia para o lado, por mais acordada que estejas.
No masculino? A menina quando procura escrever bem, pensa no masculino? Bom truque! Estou impressionado...
Joaninha
Está lindo! E olha que é a segunda vez que eu, declaradamente dura de ouvido para a poesia te elogio um poema.
Abobrinha,
obrigada pelo elogio.
António,
Escrevo das duas maneiras, é conforme sai, as vezes sai no masculino. Mas se está impressionado vou vazer mais vezes;)
Bem, então teremos que ver em qual das versões resulta melhor...
Simplesmente genial mana!
Bj Ana
Joaninha
Ainda estou emaranhado na estrada que vai para outro lado e de tanta curva este fado não é cantado mas falado.
Venho pedir desculpa pela minha ausência meio forçada por questões emocionais.
Isto só lá vai com umas bolinhas de Berlim, ou do Natário de Viana ou de Vila Praia de Âncora.
Será para breve prometo, que quero voltar à normalidade.
Um grande beijinho e obrigado pela sua visita mesmo quando estive ... calado.
José Gonçalves
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