terça-feira, 4 de novembro de 2008

Eu...

Quantos eus há no eu que vos apresento?
Eu sou muitos e muitos são os que se unem formando assim o eu completo e uno.
Qual eu vos fala hoje?
O eu que formado por muitos outros olha fixo o teclado e o eu que o martela, ansioso pelo eu que dita o texto.
Quantos eus formam afinal o eu?
Um infinidade deliciosa deles, que montam e desmontam o eu final, numa mudança constante de forma e sentido emocional.
De quantos eus me formo de manhã? Com quantos eus me deito?
Não vos espantais pois, quando as minhas palavras não parecerem minhas, ou quando os meus actos forem contrários ao que a minha boca predestina. São demasiados os eus que me formam para ser capaz de coerência.
Uma coisa é certa, sem todos esses múltiplos eus que me compõem eu não seria eu, seria outra.

18 comentários:

Anónimo disse...

E é da soma de todos esses Eus interiores que nasce a riqueza do Eu exterior, aquela força telúrica que faz com que cada um seja Uno!

Gostei muito de ler este registo.

Pequito Romero disse...

Pasmado, ficara sem saber que dizer quando vira que uma Joaninha, esse ser delicado, se deixara envolver no doce e tentacular abraço da dúvida.
Persistente, filosófica ou corrosiva.
Porque saber quantos eus existem e convivem dentro do vulcão que somos é tarefa impossível.
Seria como pedir que se contasse grão a grão todo o areal que nos serve de passadiço!

Rafeiro Perfumado disse...

Sabes que isso, com muita medicação e terapia, ainda tem solução... ;)

Beijocas!

Abobrinha disse...

Joaninha

TU és a minha amiga. A amiga que me apoiou quando precisei, que esteve comigo quando eu quis, que se esforçou por se encontrar comigo só pelo prazer de estarmos juntas. Só porque sim!

TU és uma menina com quem gosto de conversar, deitar conversa fora. Sobre coisas sérias ou inconsequentes, não me interessa.

TU és uma doçura, mas nem sabes quanto.

TU és sensata, sensível e preocupada com os outros.

Tu conheces-te e aprendes mais todos os dias sobre ti e sobre os outros.

E... tens umas pernas jeitosas!

E EU GOSTO MUITO DE TI!!!!

Abobrinha disse...

OK, prometo que amanhã só tomo um café...

antonio ganhão disse...

Ser-se a cada dia o seu eu... talvez o caminho da felicidade não ande muito longe disto.

Krippmeister disse...

Ques eras um ser complexo já eu sabia. É parte do que faz de ti tu. Com um bocado de sorte serei teu amigo tempo suficiente para ir conhecendo os teus eu todos.

Beijão

Joaninha disse...

Ferreira,

Obrigado,

beijos

Pequito,

É verdade, também as Joaninhas se deixam enredar pela dúvida.
Na realidade não quero saber quantos são, basta-me saber que são muitos e ir conhecendo alguns..

beijos

Rafeirote,

Yup, Alias há varios anos que a terapia faz parte fo meu quotidiano, mas a médica é perentória o meu mal não tem cura :) há limites para a ciência.

beijos

Joaninha disse...

Abobrinha minha querida,

Sou tua amiga, disso não tenhas duvida.
Adoro conversar contigo, aí estamos em sintonia ;)
Agora que venhas práqui dizer que eu sou uma docura!!! Isso é que nem pensar :) não sou docura nenhuma, tenho péssimo feitio e sou irascivel e temperamental!
Não sou nada sensivel! muito menos sensata.
Procupo-me com os outros, é verdade, mas tu também.

Gosto muito de me ir conhecendo, no fundo sou narcisista :)

Quanto as pernas, é uma questão de ponto de vista :):):)

beijos.

Joaninha disse...

António,

Estou procurando...
Beijos

Joaninha disse...

Krippa meu amigo,

"Com um bocado de sorte serei teu amigo tempo suficiente para ir conhecendo os teus eu todos."

Ai, mas nem penses que te escapas, agora terás de me gramar o resto da tua vida e terás de aturar cada um dos meus, sempre com mau feitio, eus.

HAHAHAHAHA!!

beijos

Abobrinha disse...

Joaninha

Claro que és uma peste, temperamental, irrascível, uma doç... uma... uma peste (acho que me estou a repetir).

(está melhor assim?)

Mas continuas a ter umas pernas jeitosas, seja qual for a perspectiva!

Tiago R Cardoso disse...

gostei, todos os eus forma um eu, complexo e que nos torna seres únicos.

ablogando disse...

Atã pois...!, como diria um bom alentejano.
Se não fôssemos mais do que um, como poderíamos falar de nós? Se não houvesse pelo menos um a observar o outro, como poderia cada um falar de um si próprio? E a coisa vai até ao infinito, quer dizer, à unidade final do múltiplo, sermos todos e ninguém. De ocidente a oriente, a questão é a mesma, seja qual for a forma por que se apresente.
Bom, agora vamos lá falar das pernas...

Salto-Alto disse...

Adorei a parte final: "Uma coisa é certa, sem todos esses múltiplos eus que me compõem eu não seria eu, seria outra".

Só vale a pena conhecer pessoas assim. E ser assim. Porque só assim há a existência no seu todo e com todas as suas dimensões. Porque cada um de nós é constituído por várias partes.

Adorei o teu texto! As tuas capacidades de reflexão e percepção são fantásticas! Parabéns pelo texto!!!

Beijocas!

Anónimo disse...

Nessa constatação pessoana estendo-lhe as mãos em concordância plena.
Qual dos meus eus é o que comenta e a qual dos seus o faz?
Assim, na nossa multiplicidade, nos vamos conhecendo.
A nós mesmos e aos outros.
Saudações.

alf disse...

É assim esta joaninha: vai pondo umas coisinhas inofensivas tipo diário pessoal e de repente Pimba! Sai rasgo de génio! Avassalador, insuspeitado, único. Uma e outra vez. Sem piedade.

Vou passar a vir com mais cuidado ao teu blog, nunca se sabe o que se pode encontrar; desta vez fiquei a dizer baixinho «fogo» mas da próxima pode ser pior.

Excelente! Obrigado por este momento.

Anónimo disse...

Os inúmeros eus que nos compõem é que enriquecem todo o eu uno.
A diversidade liberta-me da rotina!

Beijos