quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Conto III

Parte 8 - O inspector Verde.

A terceira personagem do conto.
Resta dizer que ele tem um nome, mas resolvi não por aqui:)

"Aquele homem franzino e escanzelado, com uma tez macilenta, esverdeada mesmo, era tenaz como uma raposa.
Não ficou minimamente convencido com as explicações dele. Em especial depois de passados dois meses ela ainda não ter aparecido.
-Hummm. Isto foi um crime passional – Dizia ao rechonchudo do lado, enquanto escrevinhava com a sua parker um velho bloco de notas de capa preta deixando o fumo do cigarro no cinzeiro subir à sua volta.
-Mas Inspector, se ele garante que não foi ela.
-Homem, nunca estiveste apaixonado tu!! Não vez que o homem está desesperado de amor!
-Ah, mas se tivesse sido ela devia ter-lhe raiva não? Olha que aquilo não foi coisa de pouca monta. Eu cá se me cravassem uma faca no peito passava-me a paixão toda!!
Olhou o colega com desprezo. Para ele era em obvio que tinha sido ela e que ele estava a esconder alguma coisa, não havia sinal de luta, a arma do crime não se encontrava em lado nenhum, não havia sinais de arrombamento nem de roubo e ela tinha desaparecido misteriosamente.
Nem pai, nem mãe nem ninguém parecia saber do seu paradeiro. O que era estranho, se não fora ela porque é que se escondia até da família.
As amigas, as amigas eram estranhas com ele, ainda as manteve debaixo de olho durante uns dias, mas nada, uma delas tinha ido ao hospital, ver alguém que ele não sabia quem era, mas fora isso, nada.
Os pais inicialmente desesperados depois pareceram ficar calmos, relaxados mesmo.
Mas a verdade é que se sabiam dela não lho diziam.
------- --------, deixa lá isso, também se o homem foi esfaqueado pela namorada e não quer contar, olha problema dele. São brancos que se entendam.
-Raios homem, nem sei como te tornaste policia.
O inspector ----- -------, o inspector verde, insistia com ele, primeiro de caras, depois subtilmente. Mas ele não vergava, claro que não tinha sido ela, e não, não sabia quem poderia ter sido.
- Francamente inspector, não sei mais o que lhe dizer... – Exclamava, por entre suspiros de tédio e de raiva.
Sentado em frente à sua secretaria o inspector, fazendo argolinhas de fumo, fitava o ecrã negro do computador desligado."

(Continua)

1 comentário:

Abobrinha disse...

Mmmm... niiiiiiiiiiiiiice! Continua!