segunda-feira, 4 de junho de 2007

A Produção animal e o bem estar animal

A propósito de um post do Ktreta:

“ Um animal abatido em condições de stress produz carne de má qualidade”
Curso de produção animal, cadeira de fisiologia

No entanto isto não parece ser grande preocupação dos criadores e nem mesmo dos funcionários dos matadouros.
Acontece que a carcaça pode mesmo vir a ser descartada prejudicando grandemente o produtor.
Tem lógica?
Nenhuma.
Eles preocupam-se
Nem um bocadinho.
O bem estar animal é uma questão de ética?
É.
Os animais que criamos para consumo, assim como aqueles que temos como companhia têm o direito de serem respeitados como seres vivos. E temos o dever de, estando a tira-los das suas condições normais de vida, lhes proporcionar a as melhores condições de possíveis.
Os animais sentem dor, alegria, tristeza tem uma identidade própria e como tal merecem ser tratados com o respeito e dignidade que essa identidade lhes confere.
O bem estar animal é uma questão económica?
É
Um bovino em boas condições de criação dá mais leite e melhor carne.
Assim como um ovino ou caprino.
Os galináceos produzem melhor carne, assim como os coelhos e podemos continuar por ai a fora.
Mas será a qualidade um factor importante para os produtores?
Para a maioria deles não!
Para a maioria deles o mais importante é a quantidade, mesmo sabendo que um produto sem qualidade perde valor de mercado.
Até mesmo as explorações intensivas podem ter em conta factores de bem estar animal.
Mas isso dava direito a uma data de post com liguagem muito técnica e mais grave ainda obrigava-me a pegar nas minhas sebentas que já nem sei bem onde andam!!
Para quem nunca lidou com animais, pode ser difícil aceitar que se diga que os animais tem identidade e como tal tem de ter direitos. Mas um cão apesar de ser só um cão é um ser vivo capaz de sofrer por ver o dono doente, capaz de ficar feliz por ver o seu dono feliz, capaz de ficar chateado, irritado, de ter dores, de sofrer e merece todos os direitos que essas capacidades lhe conferem, o direito a não sofrer o direito a não sentir dores e o direito ao respeito pela sua identidade.
Dito isto, adoro carne, então se for mal passada é uma verdadeira maravilha!!

7 comentários:

Krippmeister disse...

Concordo! Mas deve mesmo ser uma questão económica. Mesmo perdendo qualidade e valor no mercado, parece compensar dar mais importância à quantidade de carne produzida. Claro que quem se lixa é o mexilhão, ou nete caso, o gado.

Allanah disse...

Devias vir dar uns cursos aqui em cima porque este pessoal trata os animais pior que sei la o que. A teoria é, trata-los mal para que nao haja nenhum remorso quando for para o matar! Assim nao ha ligaçao nenhuma. Ha uns tempos atras a mae da tia lena que tem cabras em casa teve dois cabritinhos, e ela nunca teve grande problemas em mata-los, mas um deles era muita fraquinho e ela tratou-o muito bem e ele acabou por sobreviver, resultado? Depois nao o conseguiu matar e acabou por vende-lo a quem conseguisse. Quanto aos caes, esses nao faço ideia porque e que os tratam tao mal. Um vez no curso dos jovens empresario agricolas, fui a uma exploraçao de gado. Tinham vacas e ovelhas, fomos ver as ovelhas, e no sitio onde estavam os borregos estava um morto a ser espezinhado pelos outros. Eu tive um ataque de choro porque nao havia direito tratarem assim os bichos, estar ali um morto e ninguem sequer se preocupar em tira-lo! Pois olha, fui gozada por todos os lados e ainda acusada de ser menina da cidade! Que os animais eram bocados de carne e deviam ser tratados assim! Se calhar sou mm menina da cidade, ou se calhar sao eles que abusam na estupidez...

Joaninha disse...

Mas sabes Allanah quando falo em bem estar animal não me refiro a dar carinho e atenção e mimos mas sim proporcionar condições dignas de vida.
Ou seja falo da limpeza das instalações, dos cuidados no maneio, do controlo das temperaturas, no espaço fisico para que os animais se sintam em conforto.
Entendo que seja dificil para um criador afeicoar-se aos animais porque depois são para matar, mas confina-los a boxes em que não se conseguem mexer, priva-los de espaço, te-los em condições de higiene deploraveis em que os bichos se veem obrigados a deitar-se nas suas proprias "porcarias" e por ai a fora, não é maneira de tratar um animal que tu tiraste do seu habitat domesticaste e qu exploras para teu proveito!!

Allanah disse...

Sim, mas ha alguma condiçao em deixar um borrego morto no meio dos outros?? Isso para mim é A falta de condiçoes!! Estavam todos num sito minusculo, com um candeeirozito, todos encavalitados debaixo do candeeiro para receber algum calor e um estava morto por baixo deles todos, ja todo espezinhado!

Joaninha disse...

Claro que não, mas pelos vistos esses animais estão em condições miseraveis, não tem espaço nem condições de temperatura e tendo em conta esse pequeno pormenor do borrego morto no meio das patas dos outros, nem condições de higiene basicas.
Mas olha para a proxima podes explicar aos teus amigos que não é por seres uma menina da cidade, mas é por teres o minimo de noção das necessidades e dos direitos dos animais, e podes tambem dizer ao dono das ovelhas que ele, ao tratar assim os bichos está a perder dinheiro!!

Krippmeister disse...

Ou então vendeu o borrego espezinhado pelo dobro do preço, alegando que a carne estava mais tenrinha...

Anónimo disse...

Com certeza, tem razão Joaninha, não se pode ser tão arrogante a ponto de tirar os animais de seu habitat natural, confina-los a maneira que nos cai melhor para abatê-los para nos servir de renda, o minimo a se fazer é se preocupar com o bem estar durante a vida desses animais, aumentando o retorno economico para o pecuarista, e dando uma vida digna ao animal, acho que isso não está longe de acontecer, porque cada vez mais o mundo tem que ser sustentável, tem que proteger a vida, seja qual for, e a população vai se conscientizar em consumir produtos que passam por estágios dignos na produção tanto de animais quanto vegetais,a lei é proteger, e a pressão vai crescer, o ´´esperto ´´que não seguir essa nova cartilha vai com certeza estar fora do mercado. Para nossa sorte.