Num gesto, fausto
grito, teu perfil agudo
angular, aflito
corta ar, fende universo
invade o calor do verão.
Nuca esguia, longo colo
em espádua larga
estremece e assenta
e o mundo inteiro sustenta
Desse sustenido grito
amor, subtil, se ausenta
O ar é gélido, o mar
envolve teu olhar
de verde, fluido espaço
Nunca perfil de garça
tão gracilmente passou
pisou o solo
A ameaça é sempre
que, em voo inesperado
no azul desapareças
Aqui ficarão apenas cinzas
mãos vazias de asas
aqui olhos e marés
rasos de água, sem destino
Teu voo será, no entanto
meu hino
voa portanto ...
quinta-feira, 27 de maio de 2010
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7 comentários:
Muito bom :)
Só preferia qu eo fim fosse mais feliz, mas pronto. Sempre fica mais de acordo com a realidade.
Ena que giro!!
Estou de acordo com o Kripp... já sabes que tristezas não é comigo, se fosse seria poeta rsrsrs... mas deste a volta muito bem no fim. Gostei muito, forte, fresco, belo e agil como a Garça...
Alf, agradeço o elogio mas o poema não é meu, é do José Maria CC, vulgo, meu paizinho querido..
Krippa,
Não acho o fim necessariamente triste...
beijos
Tal pai, tal filha. :-)
Gostei de o ler. :-)
Beijitos
Gostei muito de ler. :)
Bjo.
Nothing can cure the senses,
just as nothing can cure the soul
Pat FInnegan
excrypum
Sem vuvuzelas incluídas, portanto...
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