quarta-feira, 25 de julho de 2007

Afife


Sinto-lhe os cheiros, os campos verdes, campos de milho.
O azul mar revolto, dele não se foge quando dele se é filho.
Sinto-lhe os tons negros, as ondas, as areias brancas os penedos pretos,
Sinto-lhe a Alma, sinto-lhe os mais profundos segredos.
Vejo o Norte, venho Viana, os seus grandes bosques verdes, os medos.
Sinto-lhe as gentes, os enormes corações, os seus braços fortes.
Amo-lhe as praias da minha infância, as vozes agudas, as lembranças.
E para lá vou voltando, para me molhar naquela água gelada,
Enterrar os pés na areia grossa, sentir-lhe a nortada.
Perder-me naquela imensidão recortada, com entalhes magníficos
Talhados pela água, pelos ventos, pelas dores, pelo tempo.

5 comentários:

Allanah disse...

hmmmm... admito que desde ha uma ou duas semanas para ca que nao me cai muito bem a ideia de ir para afife!mas pronto... ihih

Krippmeister disse...

Não te preocupes, pelo que percebi há muita gente disposta a "talhar" a tromba do dito senhor "pelas dores".

:-)

António Inglês disse...

Afife

Minha querida Joaninha. Permite que te trate assim porque toda a pessoa que fala de Afife tem de ser querida.
Não sou natural de Afife, mas minha mãe era e lá passei a maioria das minhas férias...
Ainda lá tenho família e lá vou todos os anos.
Sinto como tu, a alma das gentes, o respirar das ondas, o arvoredo do monte de santo antónio, o barulho dos sapatos nas lajes do caminho tantas vezes percorridas altas horas da noite, o som do rio que nasce na serra por entre frágas tão lindo...
E Cabanas? O sonho, o rio as quedas de água, os poços, os namoricos...
Afife, sempre Afife de encontros e desencontros, de namoros de Verão, dos cantares, do verde, das suas brancas casas espraiadas pela encosta da serra, do amor.. de Pedro Homem de Melo e de minha mãe que nunca concretizou o seu sonho de lá acabar os seus dias...
Desculpa Joaninha, voa voa que eu também sou de Lisboa mas de Afife sempre serei.
Um abraço de São Martinho do Porto, estejas tu onde estiveres.
José Gonçalves

Joaninha disse...

Caro José,

Ora seja bem vindo ao Joaninha.

Ainda bem que partilha esse amor pelas praia magnificas do norte, só quem as conhece é que sabe que não há praias como aquelas e dentro das praias do norte não há como a de afife. Qual Algrave qual que!!

As quedas de água!!!! É lindo o rio. Iamos muito para lá quando a nortada não deixava estar na praia!

São lindas recordações de infancia.

As bolas de berlim em Ancora....
Bom essas ainda como religiosamente :)

Volte sempre
Um abraço para são martinho do porto!

António Inglês disse...

Joaninha

Vejo que conhece as bolas de berlim de Vila Praia de Âncora. Também eu as conheço e bem... nunca consegui comer menos de duas ou três... ali bem perto da passagem de nivel para a praia, não é?
Mas também o seu tamanho é pequeno, não são bem como as do resto do país.
Quando lá vou não falho, pena é que fora do Verão não as façam todos os dias...
E que dizer dos caminhenses de Caminha? Lembra-se como era a Docelândia? Minha amiga, que saudades ai ai.
O rio em Cabanas, serviu muitas vezes para namorar... aqueles poços ...aquelas quedas de água como diz...
Virei mais vezes ao seu cantinho se mo permitir.
Um abraço de São Martinho do Porto.
José Gonçalves