terça-feira, 30 de setembro de 2008
Comemoração do centenário. (1908-1992)
Do nascimento do Prof Dr. Francisco Caldeira Cabral. (vulgo meu querido avô Xico)
Não foi só um pioneiro e visionário da arquitectura paisagística, foi também um homem excepcional e um avô doce e meigo que deixou toneladas de saudades...Um cantor excepcional.
Um homem de muitos talentos, muitos ofícios e de uma generosidade e humanidade que o tornou ainda mais raro.
Era um Professor nato, em essência, dotado, nascido para transmitir sabedoria e ao mesmo tempo o melhor aluno que qualquer professor poderia ter.
"In his words “The task before us is to ensure that the landscape shall be again one – the town, the country and the factory – one in beauty, one in the collaboration of their functions and in the understanding of people that is the real foundation of Love and Peace among men”.
Citação do Prof. Caldeira Cabral, extraida do discurso da presidente da IFLA para a abertura das comemorações do centenário.
“the way he talked made us feel… the sacredness of the earth and of the life it contained, revealed in so many different forms where Man was merely the administrator and the guardian. He also made us think and feel that men are all part of that same life, of the same planetary ecosystem at the top of the food chain, filled with life and with a sense of sacredness, as was wild life and human life, the only difference being that we were aware. I had never until then heard anyone say that human beings were a link in the same ecosystem.
of the Earth.”
Citação de Maria Celeste de Oliveira Ramos relativamente ao seu Professor Francisco Caldeira Cabral. Extraido discurso da presidente da IFLA.
sábado, 27 de setembro de 2008
Paul Newman
quarta-feira, 24 de setembro de 2008
Falar de ti.
Gostava de falar ti.
Mas falar de ti é-me muito difícil. Porque falar de ti é tão diferente de falar de mim.
Gostava de descrever-te revelando-te. Mas não posso, porque não conheço as palavras que te descrevem nem as que te revelam e não sei onde procura-las.
Por isso, sempre que começo a falar de ti, falo de tudo o resto. Falo do mar, que eu conheço e do tão fundo que ele é. Do universo, que é negro, de quão infinito ele é. Do vento que corre, do sol que queima, da chuva que mata a sede da terra que tanto ama. Mas sobre ti, sobre ti não digo nada e tudo isto me parece pequeno.
Gostava de falar de ti, mas acho que falar de ti não chega.
Por isso ando à tua volta como um pássaro tonto, esperando que me dês ar nas asas.
Tu limitas-te a amar-me. A mim que sou um emaranhado de imperfeições ridículas, uma manta de retalhos de falhas, erros e nós cegos, que se mantêm unida pela seda dos teus olhos.
És...
Gostava de falar de ti, mas não sei como e não quero de novo falar do mar, nem do vento, nem do sol, nem do verde das matas da terra, nem da vastidão do universo, é inútil, já foi feito, é banal.
Quando me sento, no jardim, rodeada de montanhas, rodeada de oceano, com o sol morrendo aflito sob o enorme peso do céu nocturno, o vento arrastando o cheiro daqueles verdes misturando-o com a maresia, nesse momento, nesse exacto momento quase, quase sinto que um dia serei capaz de falar de ti, mas quando pego na caneta nada sai.
Será que a tua mais perfeita descrição é mesmo o absoluto silêncio?
Silêncio...
Considera-te pois descrito.
Mas falar de ti é-me muito difícil. Porque falar de ti é tão diferente de falar de mim.
Gostava de descrever-te revelando-te. Mas não posso, porque não conheço as palavras que te descrevem nem as que te revelam e não sei onde procura-las.
Por isso, sempre que começo a falar de ti, falo de tudo o resto. Falo do mar, que eu conheço e do tão fundo que ele é. Do universo, que é negro, de quão infinito ele é. Do vento que corre, do sol que queima, da chuva que mata a sede da terra que tanto ama. Mas sobre ti, sobre ti não digo nada e tudo isto me parece pequeno.
Gostava de falar de ti, mas acho que falar de ti não chega.
Por isso ando à tua volta como um pássaro tonto, esperando que me dês ar nas asas.
Tu limitas-te a amar-me. A mim que sou um emaranhado de imperfeições ridículas, uma manta de retalhos de falhas, erros e nós cegos, que se mantêm unida pela seda dos teus olhos.
És...
Gostava de falar de ti, mas não sei como e não quero de novo falar do mar, nem do vento, nem do sol, nem do verde das matas da terra, nem da vastidão do universo, é inútil, já foi feito, é banal.
Quando me sento, no jardim, rodeada de montanhas, rodeada de oceano, com o sol morrendo aflito sob o enorme peso do céu nocturno, o vento arrastando o cheiro daqueles verdes misturando-o com a maresia, nesse momento, nesse exacto momento quase, quase sinto que um dia serei capaz de falar de ti, mas quando pego na caneta nada sai.
Será que a tua mais perfeita descrição é mesmo o absoluto silêncio?
Silêncio...
Considera-te pois descrito.
segunda-feira, 22 de setembro de 2008
Demito-me
As lesmas peçonhentas, moles e disformes. Consumindo folhas verdes de plantas inocentes, comendo furiosas as criaturas indefesas.
É assim peçonhento, mole, sem espinha de integridade formada, sem o backbone da nossa humanidade. Arrasta-se sorrateiramente, embrulhando os que de costas rectas andam íntegros na sua peçonha escorregadia. São hostes de seres cancerígenos, chupando forca vital ao débil doente, com garras afiadas cravadas nos flancos monetários das vitimas indefesas.
Pesam-nos nas costas, sorrindo agudamente, com os olhos raiados de vermelho poder, comendo as entranhas dos pobres numa chantagem cruel, de morte ou morte certa.
Somos nós as presas ingénuas do sistema predatório, constituído por animais sedentos da existência alheia, que servimos de prato principal, violados e violentados, achincalhos no nosso orgulho, no nosso mais elementar direito à indignação. Calamos e consentimos por medo, por pavor que nos foi patologicamente incutido pela a mesma corja que se rebola na merda, urrando de gozo e de prazer, metendo-nos as mãos nos bolsos e arrancando-nos o pão da boca, clamando um bem comum que é só deles.
Digo, deste Pais, Portugal. Demito-me.
É assim peçonhento, mole, sem espinha de integridade formada, sem o backbone da nossa humanidade. Arrasta-se sorrateiramente, embrulhando os que de costas rectas andam íntegros na sua peçonha escorregadia. São hostes de seres cancerígenos, chupando forca vital ao débil doente, com garras afiadas cravadas nos flancos monetários das vitimas indefesas.
Pesam-nos nas costas, sorrindo agudamente, com os olhos raiados de vermelho poder, comendo as entranhas dos pobres numa chantagem cruel, de morte ou morte certa.
Somos nós as presas ingénuas do sistema predatório, constituído por animais sedentos da existência alheia, que servimos de prato principal, violados e violentados, achincalhos no nosso orgulho, no nosso mais elementar direito à indignação. Calamos e consentimos por medo, por pavor que nos foi patologicamente incutido pela a mesma corja que se rebola na merda, urrando de gozo e de prazer, metendo-nos as mãos nos bolsos e arrancando-nos o pão da boca, clamando um bem comum que é só deles.
Digo, deste Pais, Portugal. Demito-me.
quarta-feira, 17 de setembro de 2008
Capuchinho Vermelho
O belo capuz vermelho do capuchinho
Tremeluz sob a luz filtrada do caminho.
Distraída, encantada de encarnado,
A pequena vai pisando o chão molhado.
O lobo mau pela densa floresta disfarçado,
Ouve os passitos inocente na calçada,
E logo se encaminha furtivo e esfomeado,
Em direcção ao som daquela caminhada.
Bem disse a mãe ao seu belo capuchinho,
“Vai ver a avó, mas atenção escolhe o caminho.
O Lobo esconde-se nas matas esfaimado,
Por isso vai atenta e com cuidado!”
Pobre capuchinho vermelho assustado,
Não ouviu a sua mãe, não teve cuidado.
Com o lobo no encalço não sabe o que fazer,
Por isso larga a sua cesta e desata a correr.
Sorte tem que o feroz e mortífero caçador,
Que estava esperando sob o nevoeiro.
Ao ouvir os seus gritos loucos de pavor,
Disparou contra o lobo um tiro certeiro.
Soube o assustado capuchinho mais tarde,
Que o lobo a seguira desde o centro da cidade.
Menina tonta, distraída, que não tomou atenção,
Quase ia sendo comida pelo bicho papão!
(pronto cá está o poema completo)
terça-feira, 16 de setembro de 2008
Gounod - Ave Maria
A Allanah cantou. Não meus caros, não era CD era ela mesmo.
Obrigada mana linda :)
Ainda não caibo em mim de orgulho...
quinta-feira, 11 de setembro de 2008
To live...
E a minha recomeça a 6 de Outubro.
No ISCAD, no curso de solicitadoria...
Jurei que nunca mais voltava à faculdade, menti ☺
terça-feira, 9 de setembro de 2008
Isto estava a ficar muito intelectual...
sexta-feira, 5 de setembro de 2008
O Bom Assassino
Caem as folhas ceifadas no chão, no campo de batalha, espalhadas pela secretaria.
Jazem, esventradas, riscadas, cortadas e amarfanhadas pela fúria, no tumulo negro, vala comum em rede do lixo por baixo da mesa, à sua volta, por baixo da cadeira, por todo lado descansam defuntas depois da sangria desatada.
Ele em guerra com ele próprio, contra o mundo.
Olha as pobres virgens brancas, futuras vitimas da sua luta, alinhando-as sem piedade para a execução que se lhe adivinha entre os dedos.
Não se fazem prisioneiros, não se oferecem perdões.
Não há inocentes!
Ele ruge tirano, tiranamente apaixonado, rasgando com os dentes arreganhados, rosnando, sem contemplações, mordendo para todo o lado!
Cada palavra é um golpe, um dano. E o danado não para, não dá tréguas!
Cai exausto, despido da sua fúria inspiradora, musa dos seus mais pérfidos temas...
É a batalha, não é a guerra. Ergue-se de novo.
A sua luta é por amor, amor às palavras, ao veneno que destila, aos sentidos que o movem. Docemente assassinando, como bom assassino, as folhas imaginariamente finas dos dias que vão passando.
Jazem, esventradas, riscadas, cortadas e amarfanhadas pela fúria, no tumulo negro, vala comum em rede do lixo por baixo da mesa, à sua volta, por baixo da cadeira, por todo lado descansam defuntas depois da sangria desatada.
Ele em guerra com ele próprio, contra o mundo.
Olha as pobres virgens brancas, futuras vitimas da sua luta, alinhando-as sem piedade para a execução que se lhe adivinha entre os dedos.
Não se fazem prisioneiros, não se oferecem perdões.
Não há inocentes!
Ele ruge tirano, tiranamente apaixonado, rasgando com os dentes arreganhados, rosnando, sem contemplações, mordendo para todo o lado!
Cada palavra é um golpe, um dano. E o danado não para, não dá tréguas!
Cai exausto, despido da sua fúria inspiradora, musa dos seus mais pérfidos temas...
É a batalha, não é a guerra. Ergue-se de novo.
A sua luta é por amor, amor às palavras, ao veneno que destila, aos sentidos que o movem. Docemente assassinando, como bom assassino, as folhas imaginariamente finas dos dias que vão passando.
segunda-feira, 1 de setembro de 2008
A Alice.
Um gato sorriu para a Alice,
E a Alice sorriu para o gato.
O que fez com que o gato não visse
Que a Alice escondia um rato.
Alice seguiu seu disfarçado caminho,
Até estar bem longe do gato felino.
Poisou no chão o frágil ratinho,
Que magicamente virou um belo menino.
Se não fosse a boa da menina Alice,
Que o escondeu sem que o gato o visse,
O menino que fora por feitiço feito rato,
Teria caído nos dentes do gato.
Subscrever:
Mensagens (Atom)